Lido por Conceição Evaristo em frente ao Teatro Municipal de São Paulo, manifesto do Bloco Afro Ilú Oba de Min faz referência à presença negra no Plano Nacional de Educação (PNE)
“O nosso Grito se transformou num canto
Um canto pela liberdade nos quilombos, campos, aldeias de irmãos Indígenas e cidades
Um canto pelo ser, existir, construir e se ver,
Se ver no Plano Nacional de Educação,
No de Saúde, Habitação, Segurança Social, Mobilidade, Meio Ambiente,…”
Assim ecoou a voz da escritora Conceição Evaristo na sexta-feira (1) em frente ao Teatro Municipal de São Paulo. No carnaval paulista, o Bloco Afro Ilú Oba de Min é o primeiro a desfilar nas ruas. Neste ano, com uma bateria de 450 mulheres, o cortejo homenageou a fundação, há 40 anos, do Movimento Negro Unificado (MNU). Além de Conceição Evaristo, também estiveram presentes outras personalidades importantes da luta antirracista no Brasil, como Jupiara Catro, Cuti, José Adão, Maria Sylvia e Erica Malunguinho.
“A gente quis relembrar as nossas conquistas. A ideia era remontar, reescrever e trazer para a nossa contemporaneidade, para o momento político que gente está vivendo, a luta e as conquistas do movimento negro. Por isso o convite de personalidades importantes do MNU que estiveram com a gente”, conta Michele Dayane, integrante do bloco.
Com o tema “Negras vozes: o tempo de Alakan”, o cortejo saiu da Praça da República encerrou seu trajeto em frente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. “Alakan é uma palavra em Iorubá que significa aliança. A gente quis retomar um pouco da campanha que veio no final do ano passado – Ninguém solta a mão de ninguém -, porque a gente sabia que, para este novo momento, não podia deixar que todas as nossas intersecções nos afastassem das nossas metas”, explica.
“Então acho que é o momento de todos os movimentos se unirem, porque o nosso objetivo é um só, que é lutar contra o retrocesso. Por isso retomar as alianças, retomar nossas conquistas históricas e nos fortalecer. Não esquecer que nenhum passo vai ser dado para trás. Reescrever a carta do MNU trazendo os desafios do que a gente quer alcançar é não perder nossa memória, nossa estima e todos os passos que a gente já deu. Para este momento de retrocesso, é importante a gente estar junto”, conclui.
Assista a leitura do manifesto:
Leia o manifesto completo:
Saiba mais:
– “Debater política em sala de aula é imprescindível”, afirma Luana Tolentino
– No quarto ano de vigência, PNE tem apenas um dispositivo cumprido integralmente
– Educação antirracista é tema de conferência virtual aberta
– Três ideias que circulam sobre doutrinação e “ideologia de gênero” nas escolas e que são falsas
– As 10 reportagens mais lidas do De Olho em 2018
Muito bom o conteúdo Parabéns ! Já me inscrevi aqui para receber suas dicas 😉 Aproveita e visita o meu artigo com esse tema. Abraço até mais..
Olá! Adoro demais de seus artigos são muito informativos e vem ajudando muitas pessoas.
PARABÉNS