Cirandas pela Educação: Conselhos Municipais de Educação organizam atividades e estimulam participação social

Podendo ser organizadas até o próximo dia 31 de julho, Cirandas discutem Planos de Educação e formas para superar a exclusão escolar

Coord Est UNCME-RS E Secretário de Educação Ranieri

Ciranda realizada na cidade de Lagoa Vermelha (RS)

“Aqui em Lagoa Vermelha, nós fizemos uma discussão sobre as áreas que ainda precisamos avançar em nossa educação. Eu ajudei na mediação, mas a comunidade é que coordenou a atividade com a participação de professores e de pessoas que não tinham uma relação direta com a área educacional”, afirmou a professora e coordenadora estadual da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME) do Rio Grande do Sul, Salete Terezinha Lima.

Salete, que também é presidenta do Conselho Municipal de Educação (CME) de Lagoa Vermelha (RS), articulou a realização das 34 Cirandas pela Educação programadas no estado gaúcho. Uma iniciativa da UNCME em âmbito nacional, as Cirandas têm o objetivo de discutir os Planos de Educação em todas as esferas (federal, estadual e municipal), com debates sobre os principais desafios para a garantia do direito à educação, dentre eles, o combate à exclusão escolar.

Após a solicitação de municípios de diferentes partes do país, a UNCME estendeu o prazo para a realização das Cirandas que estavam agendadas para acontecer até o fim desta semana (18/07) e que agora podem ser programadas durante todo o mês de julho. “Já superamos as nossas expectativas e estamos propondo atividades que tenham de 10 a 20 pessoas para que todos possam participar ativamente. A estratégia é estimular o debate e o aprofundamento sobre os problemas educacionais brasileiros e o direito à educação como um compromisso de todos”, afirmou a presidenta da UNCME, Gilvânia Nascimento.

Desde o último dia 11 de julho até esta quinta-feira (17/07), foi confirmada a realização de 100 cirandas em 18 estados, com a expectativa de participação de cerca de duas mil pessoas. “No RS, prevemos a participação de ao menos 700 pessoas e, a partir deste momento, nossa perspectiva está voltada para a construção dos Planos e a elaboração do diagnóstico da educação em cada um dos municípios”, relatou Salete Terezinha. E complementou: “as cirandas despertaram o incentivo para a construção dos Planos e estão sendo um grande estímulo para trabalharmos com nossas fragilidades”.

 

Veja abaixo vídeo com presidenta da UNCME sobre as cirandas pela Educação:

 

Por Planos de Educação e pelo enfrentamento da exclusão escolar

As Cirandas contam, também, com o apoio das iniciativas De Olho nos Planos e Fora da Escola Não Pode, que é iniciativa organizada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE). Segundo o coordenador geral da CNDE, Daniel Cara, “a UNCME está de parabéns pela iniciativa e tem sido uma parceira nacional estratégica para o enfrentamento à exclusão escolar no país”.

Para a professora das redes municipal e estadual em Salvador e presidenta do CME da cidade, Joelice Ramos Braga, atividades como as Cirandas resgatam a responsabilidade de toda a comunidade, principalmente, com a “primeira tarefa da educação que é o acesso ao ensino”. “Essa tem sido uma ótima oportunidade para pensarmos não só nos que estão fora da escola, mas também sobre a forma que está sendo feito o atendimento dentro das unidades educacionais”, disse Joelice, destacando que uma das maiores preocupações para a educação da capital baiana se refere à educação infantil.

Com opinião semelhante, a assessora de projetos da CNDE, Maria Rehder, apontou que o trabalho realizado pelos conselheiros que participam das Cirandas pela Educação é importante não só para trazer para a escola os que estão fora, mas também fazer com os que estão em risco de exclusão não deixem de frequentá-la. “As conselheiras e os conselheiros são peça-chave na construção de metas e estratégias para o enfrentamento à exclusão escolar no momento de revisão e elaboração dos Planos Municipais de Educação”, ressaltou Maria.

Somente na cidade de Salvador, está sendo realizada uma Ciranda pela Educação em cada uma das onze coordenadorias regionais de Educação. “Quisemos expandir as atividades para tratarmos das questões próprias à realidade das comunidades e as Cirandas já estão contribuindo como uma forma de acelerar a revisão de nosso Plano Municipal de Educação. Vamos utilizar todas as informações que coletamos não só para encaminhar para a UNCME, mas também para subsidiar os GT’s [Grupos de Trabalho] do Plano na elaboração do diagnóstico da educação na cidade”, destacou a presidenta do CME.

Um dos resultados previstos para as atividades é a elaboração de um documento a ser entregue ao Ministério da Educação (MEC) e demais parceiros da UNCME. “Este documento deve refletir a escuta dirigida à população brasileira sobre o que ela pensa e quer no que diz respeito à garantia do direito à educação e contra a exclusão escolar em todos os níveis, etapas e modalidades”, explicou a presidenta da UNCME.

Clique aqui e veja relação completa das Cirandas que ocorrerão até o dia 31 de julho.

 

Reportagem – Gabriel Maia Salgado
Edição – Ananda Grinkraut

 

2 ideias sobre “Cirandas pela Educação: Conselhos Municipais de Educação organizam atividades e estimulam participação social

  1. Araci pereira Leite Sodré

    Bom dia. adorei a ideia da Ciranda. Na nossa cidade com uma população de 52.143 habitantes, que já houve a conferência vai ser muito bom.Araci

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  2. ana rita oliveira gomes

    A partir da CF de 88 se oficializa no Brasil a gestão democrática das políticas públicas, isto é uma gestão compartilhada por representantes de organizações governamentais e da sociedade civil.
    Na busca da democratização da gestão das políticas públicas a criação das Cirandas vem contribuir para o fortalecimento desse braço que são as organizaçãoes da sociedade civil na medida em que opotunizam o aprendizado da participação democrática – participação no sentido de poder também definir os fins e os meios de uma prática social. Neste contexto entendo que os Conselhos Municipais de Educação devem atuar como uma instâcia de mediação entre a sociedade e o poder público, espaço no qual devem acontecer a articulação e a negociação de demandas sociais pela garantia do DIREITO Á EDUCAÇÃO COM QUALIDADE.

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