O evento ocorre nesta quinta-feira (dia 03/11), às 19h30, em São Paulo, e será transmitido ao vivo pela internet

Uma mesa de debate sobre o movimento Escola sem Partido e as violações do direito à Educação acontece nesta quinta-feira (dia 03/11), às 19h30, na Ação Educativa, em São Paulo. O debate conta com a participação de Luiza Coppieters (professora de filosofia e militante de direitos humanos), Ednéia Gonçalves (assessora de projetos da Ação Educativa) e Daniel Cara (coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação), e marca o lançamento do livro “A ideologia do movimento Escola Sem Partido – 20 autores desmontam o discurso”.

O livro é uma coletânea de 18 artigos, alguns já publicados na grande mídia e outros escritos especialmente para essa edição, organizados pela Ação Educativa. “Sob diversos enfoques, os artigos reunidos expõem claramente a natureza autoritária de um movimento que esconde sua própria ideologia na tentativa de silenciar visões de mundo divergentes”, afirma Vera Masagão Ribeiro, doutora em Educação pela PUC-SP e coordenadora executiva da Ação Educativa.

Entre os nomes que assinam os artigos, estão Leonardo Sakamoto, Frei Betto, Denise Carreira, Fernando Abrucio e Salomão Ximenes. O livro também traz ilustrações sobre o tema de Alexandre Beck, Alexandre Santos, Junião, Edson Pelicer, Laerte, Leonardo Bastos e Victor Teixeira.

Para a ONG Ação Educativa, a disseminação de informação e a produção de conhecimento referenciado e embasado são fundamentais para a construção de uma educação de qualidade, que fomente a participação e a construção democrática de escolas e sistemas escolares. “As vozes contrárias às propostas do Escola Sem Partido são numerosas entre educadores, intelectuais, jornalistas, parlamentares, ativistas de movimentos sociais, cidadãos e cidadãs identificados com valores democráticos, com os direitos das populações discriminadas historicamente, com o papel central da escola na formação de sujeitos críticos e com o princípio da igualdade”, diz Vera.

O movimento Escola Sem Partido

“Doutrinação ideológica” e “neutralização escolar” são algumas das expressões utilizadas pelos que defendem o movimento, que tomou força em 2014 com a tramitação de projetos de lei sobre o tema em municípios e estados brasileiros. O objetivo é restringir os conteúdos de ensino e o processo de aprendizagem baseando-se numa pretensa ideia de neutralidade do conhecimento, como se as escolas brasileiras realizassem, em seu cotidiano, o chamado “assédio ideológico”.

A Constituição de 1988 prevê o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber. “Falsamente baseando-se neste princípio, o movimento Escola Sem Partido pretende categorizar alguns conteúdos como “doutrinários”, em detrimento de outros. A abordagem de gênero e raça na escola, fundamental no combate ao machismo, à homofobia e ao racismo, seriam supostamente “doutrinários”, pois atentariam contra valores morais da família”, aponta Roberto Catelli Jr., coordenador de projetos de educação da Ação Educativa.

Nesse sentido, conquistas no campo educacional que visam uma educação pública gratuita, laica e de qualidade, como a aprovação do Plano Nacional de Educação e a Lei 10.639/03, estão diretamente prejudicadas pela proposta do Escola Sem Partido.

Lançamento do livro “A ideologia do movimento Escola Sem Partido – 20 autores desmontam o discurso”
Data: 03/11/16 (quinta-feira), a partir das 19h30
Local: Ação Educativa (Rua General Jardim, 660, Vila Buarque – São Paulo/SP)
Transmissão ao vivo: www.acaoeducativa.org/aovivo

O livro já está à venda na sede da Ação Educativa (Rua General Jardim, 660, Vila Buarque, São Paulo/SP) para retirada imediata (pagamento somente em dinheiro), e também pela internet (clique aqui para comprar o livro).

*Com informações da Ação Educativa